Uma pequena fração da história da arte no mundo

Uma pequena fração da história da arte no mundo.

As restauradas côrtes europeias

A história da pintura europeia, na primeira metade do século dezenove, refletiu as mudanças do tempo.Foi uma era caracterizada pelo rápido desenvolvimento, em riqueza e importância, da classe média, do sério tipo do burguês comerciante; foi a época de industriais enriquecidos e de sucessos financeiros.As restauradas côrtes europeias viram se penetradas do desejo de propiciar e assimilar essa nova riqueza.
O patrono típico da pintura e arquitetura passou a ser o industrial bem-sucedido. Era gente que buscava incorporar se à antiga gente fidalga. A pintura preferida seria uma pintura feita por cavalheiros para cavalheiros. Nada de vigor perturbador, ou beleza desconcertante. Desejavam pinturas ante as quais pudessem saborear o seu jantar ou beber a seu chá, com satisfação e conforto, e estavam prontos a pagar, liberalmente, por tais quadros.
O versátil e admirável espanhol Goya – 1746 – 1828 - , o grande paisagista inglês Constable – 1776 – 1837 -, bem como Turner – 1775 – 1851 -,, David e ingres, de quem falamos como expressivos do espirito do Império Francês, havia passado sem deixar iguais. Mas a pintura de quadros tornou se uma profissão extremamente importante. A Academia Real Britânica, o salão Francês, faziam exibições anuais de quadros pintados para agradar, e os artistas moravam em grandes casas fidalgas e viviam vidas de luxo respeitável.


A escultura entrou pelo mesmo caminho.


A apreciação de quadros de pintura ou da escultura, se deixou de ser intensa, tornou se ampla. Para grandes setores do público inglês, uma peregrinação anual a Londres ( para ver a Academia ) era algo de quase obrigatório.
Mas, à medida que o século entrava pela sua segunda metade, aquela mesma tendência para a inquietação, que perturbou as rotinas sociais e religiosas da Europa, apareceu no mundo da arte. Na Inglaterra, Ruskin – 1819 – 1900 – e William Morris – 1843 – 1896 – criticaram com perturbadora eficácia as inanidades acadêmicas da arte e decoração contemporâneas. Sobreviveram cismas na profissão dos pintores, surgiram novas escolas. Cumpri destacar os pré-rafaelitas que procuravam precedentes e métodos nos trabalhos daqueles dias primitivos em que a pintura ainda não se havia tornado elegante. Com os aplausos de Ruskin e Morris, voltaram os seus olhos para a Idade Média e pintaram heróis arturianos e bem-aventuradas donzelas. Outros espíritos, ainda mais rebeldes, voltaram as vistas para o mundo em torno deles. A França foi teatro de uma grande restauração dos métodos de Velaasquez e Rembrandt, no trabalho de mestres como Degas, Manet e Renoir. Deve se juntar a êste o nome do grande americano Whistler – 1834 – 1903 -. O povo cansara se, quase inconscientemente, daquela pintura elegante e polida.

Entrou, além disso, em voga um estilo de arquitetura residencial que não permitia a ocupação de nenhum espaço de parede pelo quadro de pintura. A medida que o período se encerrava, começou a sofrer um sensível declínio a produção de pinturas de cavaletes para venda – pinturas em quadro para se pendurar onde quisesse – e a inesgotável previsão de estudantes de arte procurou orientar se com crescente sucesso, para o trabalho mais modesto e mais desejável das artes decorativas. ''( Jorge Soares )''

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